A engenharia genética, um dos avanços científicos mais significativos nas últimas décadas, possibilitou a criação de alimentos transgênicos. Até 2021, 90% do milho e da soja cultivados no Brasil e 80% do algodão eram geneticamente modificados.
O que são grãos transgênicos?
Esses produtos têm seu material genético modificado para incorporar características específicas, como resistência a pragas ou tolerância a herbicidas.
Embora essa tecnologia tenha impulsionado o setor agrícola e permitido maior produção de alimentos, os alimentos transgênicos têm gerado controvérsias em relação aos possíveis riscos para a saúde humana.
Os alimentos transgênicos são desenvolvidos através da transferência de genes, que só é possível quando feito em laboratório. Essa técnica permite que os agricultores cultivem colheitas mais resistentes a insetos e doenças, o que pode levar a uma redução no uso de pesticidas.
Além disso, muitas culturas transgênicas são projetadas para suportar a aplicação de herbicidas específicos, tornando o controle de ervas daninhas mais eficiente.
Reações alérgicas
Apesar das promessas de maiores rendimentos e redução dos impactos ambientais, os alimentos transgênicos têm suscitado preocupações significativas em relação à saúde humana. Um dos principais temores é a possibilidade de reações alérgicas.
Ao introduzir novos genes nas culturas, podem ser produzidas proteínas desconhecidas que podem causar alergias em algumas pessoas sensíveis. Além disso, o aumento do uso de herbicidas pode levar à contaminação dos alimentos com esses produtos químicos, representando riscos adicionais à saúde.
Resistência à antibióticos
Outra preocupação é o potencial de resistência aos antibióticos. Muitas vezes, genes de resistência a antibióticos são usados como marcadores na criação de alimentos transgênicos, o que pode contribuir para o desenvolvimento de resistência a esses medicamentos em bactérias humanas. Isso representa uma séria ameaça à eficácia dos tratamentos médicos para infecções bacterianas.
Além disso, há incertezas em relação aos efeitos a longo prazo dos alimentos transgênicos no organismo humano. Ensaios clínicos adequados ainda são limitados, e os estudos disponíveis muitas vezes apresentam resultados conflitantes. Portanto, é difícil estabelecer conclusões definitivas sobre os riscos à saúde a longo prazo associados aos transgênicos.
Toxicidade
Um exemplo notório de controvérsia relacionada aos alimentos transgênicos é o milho geneticamente modificado para produzir a toxina Bt, uma proteína que mata insetos que se alimentam da planta.
Embora os órgãos reguladores considerem seguro para consumo humano, alguns estudos levantaram questões sobre os efeitos tóxicos do Bt em animais e seres humanos. Embora a maioria dos especialistas concorde que o milho Bt seja seguro, os críticos argumentam que os efeitos a longo prazo ainda não foram adequadamente avaliados.
Falta de informação ao público
Outro fator a ser considerado é a falta de rotulagem adequada para alimentos transgênicos. Muitos países não exigem a divulgação dessas informações no rótulo dos produtos, tornando difícil para os consumidores fazerem escolhas informadas. Essa falta de transparência pode gerar desconfiança e aumentar as preocupações sobre a segurança dos alimentos transgênicos.
Os defensores dos alimentos transgênicos afirmam que a tecnologia é essencial para alimentar uma população mundial em crescimento e enfrentar desafios climáticos e agrícolas. Eles argumentam que, com o avanço da ciência, os alimentos transgênicos se tornarão cada vez mais seguros e benéficos para a sociedade. Será?
Enquanto ainda não há 100% de transparência sobre os males dos produtos transgênicos, o mais recomendável é consumir produtos orgânicos não modificados geneticamente.
Veja como identificar produtos transgênicos industrializados com o símbolo “T” dentro de um triângulo amarelo.
A sociedade deve equilibrar a busca pela segurança alimentar com a necessidade de avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios dos alimentos transgênicos antes de sua ampla adoção. Até que haja evidências científicas mais robustas, é importante que os consumidores tenham acesso à informação e possam tomar decisões informadas sobre sua alimentação.